sábado, 18 de agosto de 2012

Homenagem para Arnaldo Jabor Festival de Gramado

“Estou de volta. 40 anos depois. Isso que é triste”, brincou Arnaldo Jabor. O homenageado do Troféu Eduardo Abelin não hesita em falar sobre o tempo: “Ser homenageado é bom e ruim. Bom por razões óbvias e ruim porque você se sente velho”.

 No encontro que realizou com a imprensa antes de se dirigir ao Palácio dos Festivais para a exibição especial de

 Toda Nudez Será Castigada, Jabor falou de cinema, jornalismo e política.
Autocrítico, o diretor contou que está confortável com sua carreira na TV e que não tem planos de voltar a filmar: “Gosto de ser jornalista. Inclusive, acho que virei uma espécie de personagem de mim mesmo na TV.

 Não sei se volto a filmar, fazer cinema é barra pesada. E hoje, ao contrário do que acontece, não preciso fazer cinema para ganhar dinheiro. Se eu fizer um filme, tem que ser só pela vontade mesmo”.
Quando desistiu do cinema nos anos 1990, com a gestão Collor,

 por “não ter um tostão” para fazer cinema e estar “cansado de sofrer por causa disso”, Jabor ainda não conseguia prever a mudança do espectador. No seu retorno ao cinema, em 2010, ele disse ter se assustado com a mudança:

 “O público mudou muito. Agora o espectador é um videogame do filme. Não existe mais o cinema analítico. É até meio ridículo você esculhambar o filme”.
Depois do encontro com a imprensa, Jabor compareceu ao Palácio dos Festivais para a exibição

de Toda Nudez Será Castigada, primeiro filme a vencer o Festival de Cinema de Gramado. Após a exibição, foi homenageado com o Troféu Eduardo Abelin.


 “Estou felicíssimo de receber homenagem desse Festival que nasceu da raiz do cinema brasileiro. Estou emocionado… 40 anos passam muito rápido!”, comentou.

 Retornando à Gramado depois de tanto tempo, o diretor falou das mudanças que percebeu na cidade, a necessidade do cinema brasileiro sempre renascer e como Toda Nudez Será Castigada foi um filme feito com muita garra e juventude.

O homenageado também comentou as transformações passadas não só pelo cinema mas também pelo próprio mundo: “É um excesso de informações. Afinal, qual a real expressão disso tudo? Para onde vamos?”. Mais especificamente sobre o Brasil, fez uma revelação. “Não digo isso na TV, mas o Brasil está melhorando. É o país do futuro”, comentou. Fechando a mostra competitiva do Festival, também foram exibidos os

 curtas O Duplo, de Juliana Rojas, e

 Um Diálogo de Ballet, de Filipe Matzembacher e Márcio Reolon,
cartaz de Jorge Mautner – O Filho do Holocausto
e o longa Jorge Mautner – O Filho do Holocausto, de Pedro Bial e Heitor D’Alincourt.fonte Matheus Pannebecker / imagens google/ http://festivaldegramado.net/2012/

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